Lê-se num blog ateísta, a seguinte calinada:
“Aparentemente, porque acham que a «base antropológica da família» seria a «complementaridade dos sexos». Bom, enganaram-se no adjectivo e num substantivo.”
Saberá o articulista de que fala?
A antropologia cultural estuda exactamente o Homem como produtor e produto da sociedade, nos seus diversos aspectos: sociologia, etnologia, psicologia social, a produção cultural, a religiosidade, etc.
E, a antropologia cultural insere o Homem numa sociedade concreta, onde as praticas sociais e culturais têm uma esfera restrita de acção e um universo de valores determinando – dai que se diga que o homem é um actor social. Ora, esse actor social tem um papel no palco da vida comunitária, onde não se pode opor aos seus valores, às práticas culturais e sociais, à sua etnologia, ao seu folclore, à sua História, etc.
E, as famílias são unidades de reprodução social e cultural, com um importantíssimo papel na estabilidade da sociedade, no bem-estar, na gestão de conflitos (paz social) – é aqui que os Bispos têm toda a razão.
Evidentemente que estas práticas sociais e culturais variam de espaço para espaço, de sociedade para sociedade, de acordo com o substrato cultural e os valores que estão subjacentes a cada povo em seu território.
Em sociedades tradicionais de África (por exemplo), o casamento tem uma importância económica e cultural diferente das sociedades ocidentais; entre os povos árabes tem um estatuto social e uma esfera valorativa diferente da acidental e da africana…
(por Isso D. José Policarpo alertou para o problema de choque de culturas no casamento)
Mas, em todos os casos, o casamento é a base antropológica da família e a célula de reprodução social e valorativa por excelência (quase exclusiva). Dai a sabedoria popular: “quem sai aos seus não degenera”; “tal pai tal filho”; “filho de peixe sabe nadar”, etc.
O casamento é um instituto social, civilizacional e cultural de extrema importância. Para a visão curta dos ateístas, é apenas um contrato – estão alarmantemente errados!!!
Eu sei, e quase toda a gente sabe, qual é interesse dos ateístas neste assunto. Eles estão-se nas tintas para a paneleirada que pró aí grassa (infelizmente), se acasalam ou emparelham; se alguém institui as suas taras, ou sobre a sociedade tolera nas não alimenta (pelo contrário, encaminha pra um tratatement6o condigno) a estupidez.
Porém, os ateístas sabem que atacando a família, atacam a unidade base da sociedade e sua principal célula de transmissão de valores e reprodução social.
É essa infecção que os ateístas pretendem, no sentido de destruir a coesão social e sua esfera valorativa, para, nos escombros da sociedade, cultural e civilizacionalmente desfeita, impingirem as suas obscenas, tacanhas e destrutivas ideias.
Os principais valores do ateísmo radicam o horror a normalidade, à sã convivência social, à tranquilidade, ao respeito mutuo que serve de “cimento social”, à existência de valores e normas sociais, à cultura do povo nas suas mais pacificas vertentes, bem como a “desestruturação” de todas as instituições transmissoras de valores que asseguram a coesão social.
A reprodução social e cultural, é um veiculo da formação intrinsecamente ligado á reprodução humana, que radica na complementaridade de sexos. Ora, todo o casamento que não tem por base reprodução social, cultural, civilizacional e/ou humana, não tem qualquer interesse social, não faz qualquer tipo de sentido. É, até, pernicioso para a sociedade, se os seus intuitos se confinarem aos contravalores sociais – como é o caso que por aí se fala.
A antropologia não fabrica factos nem cria sociedades. Interpreta e explica o que existe, demonstrando a sua utilidade e relevância sócio-cultural.
O aparecimento da ridícula palhaçada que os ateístas denominam de “casamento de paneleiros” é a forma mais vil e imbecil de despromover uma das mais sólidas instituições sociais, retirando-lhe a dignidade e comparando-a com uma perversão de tarados ou badalhocos.
Além disso, instituir a promiscuidade asquerosa como algo de normal, incomoda, enoja, repugna e molesta quem tem que assistir em publico a actos indecentes (badalhocos, mesmo) dos ditos “pares”. Numa sociedade tão higiénica, tão preocupada com os resíduos, alimentar uma cultura de lixeira social a céu aberto, é uma forma de aniquilamento cultural.
O clero português deve ser mais interventivo e mais insistente na preservação da cultura lusa.
É necessário de denunciam e desmascarem ideias como esta:
” São as alterações no modo como as pessoas vivem que levam a alterações legais.”
É que eu fico preocupado porque há lugares em que as pessoas vivem exclusivamente do crime, e os ateístas defendem, não a contenção dos actos, não a defesa da justiça e dos valores de referência, mas sim a alteração da lei!!!
Resumindo:
O ateísmo é uma forma perigosa de “hooliganismo” cultural.
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