Encontramos muitos tipos de gentes na “blogosfera”.
O que empesta a blogosfera, não são as pessoas. São as ideias, as convicções e as deturpações ideológicas que fazem descair para o absurdo filosófico.
Qualquer Zé-ninguém se entretém a arrotar finezas sobre assunto que nem ao de leve domina.
Há dias li, num blog, uma citação tirada de um “espaço ateísta” que reclamava a imposição da lei de separação do estado e da Igreja, como ideal de 1910.
Agora, mais recentemente, assisti, noutro local, a um chorrilho de disparates sobre a monarquia.
As "pessoas de bem" sabem que, se existe alguma coisa que perturbe os arruaceiros, os bandidos e os apologistas da desordem social, é uma sociedade organizada, fundada em valores, no respeito por princípios e instituições, aberta, mas balizada nos seus limites e com uma vincada dose de respeito pelo patriotismo, pelos símbolos nacionais, pela pátria e seus interesses.
Vê-se que alguns combatem a monárquica, não com a convicção da república, mas contrapondo à monarquia a expressão pós-moderna e liberal da anarquia.
Esses anarquistas ficam feridos de morte com alguns conceitos, como: patriotismo, pátria, respeito pela nação, fronteiras, governo, interesse nacional… etc.
É certo que a ignorância redonda, muitas vezes, no revivalismo daquilo que de mais torpe, mórbido, indecente e estúpido ficou,como reminiscência, de alguns acontecimentos históricos. A História conserva muitos fósseis da imbecilidade, com vista a que sirvam de exemplo daquilo que não se deve fazer.
Paralelamente, existem os valores base e universais, abaixo dos quais não se pode descer.
Mesmo no marasmo das convulsões, tais valores prevalecem.
Mas, distinguir os valores base (e sua validade) de lixeira ideológica, é a tarefa que separa os ignorantes (e fundamentalistas) das mentes com verticalidade e sadia formação.
Ora, apregoar a inutilidade da Pátria, proclamar a sua dissolução, fazer dela um conceito indesejável, espalhar a filosofia do fim do estatuto de independência de um país e a sua submissão ao jugo externo, negar os interesses da pátria, etc... são exemplos da forma mais criminosa e vil de maltratar (e atacar) Portugal, e que apenas poderiam lembrar aos mais pervertidos anarquistas.
Pese embora tal convicção seja contrária às premissas da república, há republicanos a aplaudir tais “valores”.
Mas, mesmo não sendo eu republicano, reconheço que, nesse campo, a república tem outros princípios.
Na primeira república, as declarações de patriotismos, tinham um carácter muito vinculativo. Por exemplo: no suplemento do “Diário do Governo”, nº 222 de Outubro de 1910, pode ler-se, numa declaração de Teófilo Braga:“o governo provisório da república] Confia no patriotismo de todos.” (não reproduzo o resto porque, como monárquico, acho de muito mau gosto).
Ou do coronel Correia Barreto: “(…)o modo de ser do exército leva a considerar este como salvaguarda da independência nacional, tendo a cumprir uma missão alevantada de patriotismo, missão que manterá intacta a honra e o decoro da nação”
O próprio Manuel de Arraiga pressentiu que a república poderia ser contagiada pela estirpe resistente dos anti-valores, quando disse que já não tinha vontade de “consentir que o lançassem num vespeiro político sujeito a todas as paixões e a todas as raivas sem proveito para mim nem para a pátria”. E, acrescentava que o país depositava nele a liberdade e: “depositou, para além da liberdade, uma cousa sagrada acima de todas: a honra da pátria!”
O Dr. Eusébio Leão (governador civil de Lisboa), afirmava que o lema da república era: “a ordem é o trabalho”.
Que rico trabalho!
A ordem foi o que se viu: entrega de armas a bandos de arruaceiros populares, que se dedicaram a prender inimigos, para além dos crimes cometidos contra as ordens religiosas, seus elementos e seu património.
Disso falaremos depois.
Resumindo:
Quando se põe a canalha a discutir conceitos, a maior parte das vezes, confunde-se democracia com anarquia.
A forma desonesta como se tratam algumas pessoas, alguns valores, princípios e instituições, é muito mais aguda quando se misturam na conversa os ICAR (Insolentes e Contraculturais Ateus Republicanos).
São Lucas fala sobre a Roma de seu tempo.
Há 3 meses
5 comentários:
Gostas mesmo muito da tua siglazinha de estimação :)
Chega ser ternurento.
Minimamente, mas no sentido de ser bué, diga-se.
Caro ska, porque nao deixa de ser um idiota? acha-se engraçado é? nao quer fazer um esforço ao menos...?
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