domingo, 7 de dezembro de 2008

QUANDO SE JUNTAM: anarquistas, ignorantes e insolentes

Encontramos muitos tipos de gentes na “blogosfera”.

O que empesta a blogosfera, não são as pessoas. São as ideias, as convicções e as deturpações ideológicas que fazem descair para o absurdo filosófico.
Qualquer Zé-ninguém se entretém a arrotar finezas sobre assunto que nem ao de leve domina.
Há dias li, num blog, uma citação tirada de um “espaço ateísta” que reclamava a imposição da lei de separação do estado e da Igreja, como ideal de 1910.

Agora, mais recentemente, assisti, noutro local, a um chorrilho de disparates sobre a monarquia.
As "pessoas de bem" sabem que, se existe alguma coisa que perturbe os arruaceiros, os bandidos e os apologistas da desordem social, é uma sociedade organizada, fundada em valores, no respeito por princípios e instituições, aberta, mas balizada nos seus limites e com uma vincada dose de respeito pelo patriotismo, pelos símbolos nacionais, pela pátria e seus interesses.
Vê-se que alguns combatem a monárquica, não com a convicção da república, mas contrapondo à monarquia a expressão pós-moderna e liberal da anarquia.
Esses anarquistas ficam feridos de morte com alguns conceitos, como: patriotismo, pátria, respeito pela nação, fronteiras, governo, interesse nacional… etc.

É certo que a ignorância redonda, muitas vezes, no revivalismo daquilo que de mais torpe, mórbido, indecente e estúpido ficou,como reminiscência, de alguns acontecimentos históricos. A História conserva muitos fósseis da imbecilidade, com vista a que sirvam de exemplo daquilo que não se deve fazer.

Paralelamente, existem os valores base e universais, abaixo dos quais não se pode descer.

Mesmo no marasmo das convulsões, tais valores prevalecem.
Mas, distinguir os valores base (e sua validade) de lixeira ideológica, é a tarefa que separa os ignorantes (e fundamentalistas) das mentes com verticalidade e sadia formação.

Ora, apregoar a inutilidade da Pátria, proclamar a sua dissolução, fazer dela um conceito indesejável, espalhar a filosofia do fim do estatuto de independência de um país e a sua submissão ao jugo externo, negar os interesses da pátria, etc... são exemplos da forma mais criminosa e vil de maltratar (e atacar) Portugal, e que apenas poderiam lembrar aos mais pervertidos anarquistas.

Pese embora tal convicção seja contrária às premissas da república, há republicanos a aplaudir tais “valores”.
Mas, mesmo não sendo eu republicano, reconheço que, nesse campo, a república tem outros princípios.

Na primeira república, as declarações de patriotismos, tinham um carácter muito vinculativo. Por exemplo: no suplemento do “Diário do Governo”, nº 222 de Outubro de 1910, pode ler-se, numa declaração de Teófilo Braga:“o governo provisório da república] Confia no patriotismo de todos.” (não reproduzo o resto porque, como monárquico, acho de muito mau gosto).
Ou do coronel Correia Barreto: “(…)o modo de ser do exército leva a considerar este como salvaguarda da independência nacional, tendo a cumprir uma missão alevantada de patriotismo, missão que manterá intacta a honra e o decoro da nação”
O próprio Manuel de Arraiga pressentiu que a república poderia ser contagiada pela estirpe resistente dos anti-valores, quando disse que já não tinha vontade de “consentir que o lançassem num vespeiro político sujeito a todas as paixões e a todas as raivas sem proveito para mim nem para a pátria”. E, acrescentava que o país depositava nele a liberdade e: “depositou, para além da liberdade, uma cousa sagrada acima de todas: a honra da pátria!”

O Dr. Eusébio Leão (governador civil de Lisboa), afirmava que o lema da república era: “a ordem é o trabalho”.

Que rico trabalho!

A ordem foi o que se viu: entrega de armas a bandos de arruaceiros populares, que se dedicaram a prender inimigos, para além dos crimes cometidos contra as ordens religiosas, seus elementos e seu património.
Disso falaremos depois.

Resumindo:

Quando se põe a canalha a discutir conceitos, a maior parte das vezes, confunde-se democracia com anarquia.
A forma desonesta como se tratam algumas pessoas, alguns valores, princípios e instituições, é muito mais aguda quando se misturam na conversa os ICAR (Insolentes e Contraculturais Ateus Republicanos).

5 comentários:

Krippmeister disse...

Gostas mesmo muito da tua siglazinha de estimação :)

Chega ser ternurento.

Bruce Lóse disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ska disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Krippmeister disse...

Minimamente, mas no sentido de ser bué, diga-se.

Anônimo disse...

Caro ska, porque nao deixa de ser um idiota? acha-se engraçado é? nao quer fazer um esforço ao menos...?