quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Insurrectos sem nome nem grau!

Sou daqueles que não aprecia (absolutamente nada) o futebol: acho-o um jogo primário, muito redutor, sem grande interesse. Talvez por ser simples e banal tenha tantos adeptos (as coisas complicadas não colhem admiradores).

Não tenho simpatia por nenhum clube, incluindo o conjunto de jogadores da agremiação que usa o nome de “selecção nacional”.
Não vem mal ao mundo pelo facto de uns tantos rapazotes, inúteis na actividade mas escandalosamente pagos, se dizerem “selecção portuguesa”. Já, se alguém tem a impúdica ideia de lhe chamar “selecção de todos nós”, passamos para o campo do absurdo, do incongruente e do desvario.

Pior ainda: já se ouviu por aí alguém chamar aos ditos jogadores da bola: “heróis da pátria!” – neste caso, galgamos a barreira da provocação, do imoral e do insultuoso, para cair dentro da ofensa gratuita, da injúria e do ultraje àqueles que deram a sua vida pela Pátria Lusa!

Mas, a não ser nos casos escandalosos de privilégios indevidos e vergonhosos, nada tenho contra tais práticas e tais espectáculos. Digo: “espectáculos”, porque não se trata de desporto. Aliás, desporto é apenas, por definição, toda a prática de exercício que tem por finalidade o desenvolvimento físico, numa perspectiva de divertimento, recreio e bem-estar físico (ou memso psíquico). Ora, nenhuma das premissas que sustentam o exercício e desenvolvimento físico são validadas, no caso do futebol profissional. Aliás, a expressão: “desporto profissional”, encerra em si algo de absurdo, e ingressa do âmbito das falácias!

Não cabe, nesta definição, o verdadeiro “futebol desporto” – aquele que é praticado no clube de bairro, na associação desportiva (e/ou recreativa) da aldeia, nas agremiações das nossas vilas e cidades, que visam, exclusivamente, ocupar os nossos jovens (de todas as idades), com a prática de uma actividade física, por vezes lúdica, por vezes preventiva, por vezes terapêutica.

Por isso (e fora estes últimos), todos os clubes são iguais, para mim. Mas, desde que me não prejudiquem, deixá-los viver em paz!

O mesmo não posso dizer dos “adeptos” da equipa A ou B, e que nessa qualidade se tornam em arruaceiros da pior espécie.
Quando um simples e rude jogo da bola dá origem a que se esporeiem os ânimos, se parta para o selvajaria, para a ilicitude, para o bandoleirismos organizado, para o crime, num misto de impunidade e complacência social, ficam-nos muitas dúvidas sobre a legalidade de tais “claques”, de tais clubes, e até, dos desportos que despoletam tais comportamentos!

O comportamento dos simpatizantes do Benfica, auto apelidados como “no name boys”, é um exemplo da falta imoral de uma lei que regule as hordas que se dizem “claque” da equipa X ou Y.

É curioso que, ao que vi, a sua sigla de identificação é: “И И”. Quem conhece o alfabeto cirílico já percebeu que há algo de errado nesta sigla. É que, a letra “И” (em cirílico), corresponde ao “i” (maiúsculo, neste caso), no alfabeto latino.

Fico, assim, a pensar se não se trata de uma atitude premeditada. Em vez de “no name”, não seria sua intenção mascarar ao público dois adjectivos começados por “i” (talvez: Insurrectos e Indecentes)?


Quem sabe?

Independentemente disso, é urgente que, no país das reformas, se reforme do estatuto do jogo da bola, das suas regras, dos seus maus hábitos, das suas consequencias... mas, sobretudo, do comportamento dos seus apreciadores.
Se os jogos são antros de crime organizado (e apenas se forem!), ilegalizem-se definitivamente - não há, daí, mal que o país tenha que carpir, enlutado e pesaroso!

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