Num daqueles blogs de interesse duvidoso, onde costumo buscar uns momentos de diversão, tem decorrido uma discussão sobre: Ciência versus Religião.
Eu gosto destes blogs que funcionam como a “feira popular” de ideias. No domínio da fantasia (fantochada, deve ser mais apropriado) dos ateístas há diversão todos os gostos e fazem lembrar a “bracalândia” (mais próxima da feira–popular com a sardinha assada dos ICAR – Insolentes e Contraculturais Ateus Republicanos).
Era no domínio da ciência que a “bracalândia mais se distinguia, pelo contacto directo com os dinossauros, os duendes, afins… mas, não sei porquê, retiraram este espaço da cidade dos Arcebispos..
Apanhemos o carrossel do tal blog.
Aí o patrono do blog (LK) decidiu “Interpretar” a seguinte afirmação de um comentador (A. Dinis):
«A religião não pretende descrever nem explicar a realidade mas sim interpretá-la. Por isso mesmo os critérios que aplicas em ciência não se aplicam todos nem do mesmo modo em religião.»
Esta frase deu origem a um verdadeiro tratado do LK, para a tentar refutar. Coisa que não conseguiu.
Juro que não percebi ainda se o LK é tão “pouquinho“ de inteligência, ou se faz tais dissertações apenas para fazer rir.
Claro que interpretar significa ”compreender de uma certa forma”. Isso mesmo disse A. Dinis : “não se aplicam todos nem do mesmo modo em religião.»
Ora, a ciência não produz o significado de nada – limita-se interpretar aquilo que existe, na exacta media da percepção e sensibilidade do cientista.
O primeiro grande absurdo começa em “coisificar” a ciência.
Não existe nenhum corpo físico (nem abstracto) chamado Ciência. Logo a ciência nunca descobriu nada - foram os cientistas que descobriram, por vezes, mais por bondade de Deus (“acaso”, para alguns), outras vezes, mais por mérito pessoal do que do método cientifico.
Ora, muitos cientistas são crentes como eu, e nem por isso deixaram de perceber as particularidades da natureza.
A ciência também não é uma característica pessoal de alguns iluminados. É uma construção humana provisória, incompleta e limitada. Se assim não fosse, a ciência estava condenada ao fracasso, sempre que se contradiz ou falha. Só que, como toda construção humana, tem um aprazo de validade limitado: o que hoje “é”, amanhã pode “não ser”.
Aliás, o LK foi buscar alguns (infelizes) exemplos de “ciência”, e trouxe logo a mais banal das construções (convenções) humana: a escrita.
Segundo ele, a ciência é algo de mui sublime e excelso por conseguir apreender o significado de alguns “hieróglifos num túmulo” ou “traços cuneiformes”.
Claro que a “produção humana História” se explica com a “produção humana Ciência “.
Mas, pode a ciência provar qual é o sentido da vida? Ou “o propósito e fim último de tudo”?
Não, não pode. A ciência não pode provar intenções. Mas, pode criar uma construção lógica e inteligível para explicar – independentemente se ser universalmente aceite ou substituível.
Ora, é aí que se dá a proximidade entre a astrologia e a ciência, muito mais do que entre a astrologia e a religião.
Mas, quando o LK confunde astrólogos com cartomantes, fica-me a duvida se, para ele, alquimistas e cientistas não são, também, a mesma coisa.
Por acaso (ou talvez não) a ciência e a astrologia “almoçam juntas” – a astrologia não recorre a Deus para descrever nada, recorre antes a uma interpretação humana racional que só cabe no ambiente da ciência. A ciência não nega que os astros têm influência sobre os seres vivos: desde logo o sol ou a lua. A astrologia aplica esses princípios.
É nesta esfera nebulosa das relações entre campos de explicação e de correlações que são meras construções humanas que, quem quer, acredita na ciência, quem quer acredita na astrologia. Sobre o universo, o cosmos, os astros e afins, a ciência tem teorias (projecções da imaginação). Acreditar em teorias ou em “astrologias”, são questões de crença e de “imagens da realidade” ou “superstições” - aqui, até o LK é supersticioso.
A religião situa-se num campo limpo e sossegado, uns anos-luz para além dessas discussões.
De resto, nesta esfera do “saber científico” muito se conjectura, muito se constrói, muito se imagina.
A Igreja Católica até dá um empurrãozinho, por estar consciente de que Deus construiu tudo o que existe para que o Homem se servisse dele… e o Homem está tão longe de atingir esse objectivo.
Eu gosto destes blogs que funcionam como a “feira popular” de ideias. No domínio da fantasia (fantochada, deve ser mais apropriado) dos ateístas há diversão todos os gostos e fazem lembrar a “bracalândia” (mais próxima da feira–popular com a sardinha assada dos ICAR – Insolentes e Contraculturais Ateus Republicanos).
Era no domínio da ciência que a “bracalândia mais se distinguia, pelo contacto directo com os dinossauros, os duendes, afins… mas, não sei porquê, retiraram este espaço da cidade dos Arcebispos..
Apanhemos o carrossel do tal blog.
Aí o patrono do blog (LK) decidiu “Interpretar” a seguinte afirmação de um comentador (A. Dinis):
«A religião não pretende descrever nem explicar a realidade mas sim interpretá-la. Por isso mesmo os critérios que aplicas em ciência não se aplicam todos nem do mesmo modo em religião.»
Esta frase deu origem a um verdadeiro tratado do LK, para a tentar refutar. Coisa que não conseguiu.
Juro que não percebi ainda se o LK é tão “pouquinho“ de inteligência, ou se faz tais dissertações apenas para fazer rir.
Claro que interpretar significa ”compreender de uma certa forma”. Isso mesmo disse A. Dinis : “não se aplicam todos nem do mesmo modo em religião.»
Ora, a ciência não produz o significado de nada – limita-se interpretar aquilo que existe, na exacta media da percepção e sensibilidade do cientista.
O primeiro grande absurdo começa em “coisificar” a ciência.
Não existe nenhum corpo físico (nem abstracto) chamado Ciência. Logo a ciência nunca descobriu nada - foram os cientistas que descobriram, por vezes, mais por bondade de Deus (“acaso”, para alguns), outras vezes, mais por mérito pessoal do que do método cientifico.
Ora, muitos cientistas são crentes como eu, e nem por isso deixaram de perceber as particularidades da natureza.
A ciência também não é uma característica pessoal de alguns iluminados. É uma construção humana provisória, incompleta e limitada. Se assim não fosse, a ciência estava condenada ao fracasso, sempre que se contradiz ou falha. Só que, como toda construção humana, tem um aprazo de validade limitado: o que hoje “é”, amanhã pode “não ser”.
Aliás, o LK foi buscar alguns (infelizes) exemplos de “ciência”, e trouxe logo a mais banal das construções (convenções) humana: a escrita.
Segundo ele, a ciência é algo de mui sublime e excelso por conseguir apreender o significado de alguns “hieróglifos num túmulo” ou “traços cuneiformes”.
Claro que a “produção humana História” se explica com a “produção humana Ciência “.
Mas, pode a ciência provar qual é o sentido da vida? Ou “o propósito e fim último de tudo”?
Não, não pode. A ciência não pode provar intenções. Mas, pode criar uma construção lógica e inteligível para explicar – independentemente se ser universalmente aceite ou substituível.
Ora, é aí que se dá a proximidade entre a astrologia e a ciência, muito mais do que entre a astrologia e a religião.
Mas, quando o LK confunde astrólogos com cartomantes, fica-me a duvida se, para ele, alquimistas e cientistas não são, também, a mesma coisa.
Por acaso (ou talvez não) a ciência e a astrologia “almoçam juntas” – a astrologia não recorre a Deus para descrever nada, recorre antes a uma interpretação humana racional que só cabe no ambiente da ciência. A ciência não nega que os astros têm influência sobre os seres vivos: desde logo o sol ou a lua. A astrologia aplica esses princípios.
É nesta esfera nebulosa das relações entre campos de explicação e de correlações que são meras construções humanas que, quem quer, acredita na ciência, quem quer acredita na astrologia. Sobre o universo, o cosmos, os astros e afins, a ciência tem teorias (projecções da imaginação). Acreditar em teorias ou em “astrologias”, são questões de crença e de “imagens da realidade” ou “superstições” - aqui, até o LK é supersticioso.
A religião situa-se num campo limpo e sossegado, uns anos-luz para além dessas discussões.
De resto, nesta esfera do “saber científico” muito se conjectura, muito se constrói, muito se imagina.
A Igreja Católica até dá um empurrãozinho, por estar consciente de que Deus construiu tudo o que existe para que o Homem se servisse dele… e o Homem está tão longe de atingir esse objectivo.
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