terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Vou passar a andar de fato e gravata!

Tomei a decisão esta semana e já passei à prática!
Meti-me no meu veículo de competição, e fui à MacModa. Escolhi um modelo clássico.
Ainda não comecei a usar, porque tive que desembolsar mais 6 euros para ajuste à dimensão do “eu” – quero dizer, do novo “eu”!
Bem, passo a explicar porque quero usar fato e gravata!

Cada vez que vejo um fulano de fato e grava, concluo que é aldrabão: ou é vendedor, ou advogado, ou político!
Todos eles aldrabões… já se vê!

O Vendedor, camuflado na indumentária (sim, aquilo é uma farda de serviço… é obrigatória e tudo!), lá tenta pintar o seu produto com o maior milagre do mercado – aldrabe o quiser, mas, sobretudo, venda o seu produto.

O Advogado, pobre mentiroso, nem ele acredita ou confia naqueles que defende. Arreado com fato a preceito (segundo os cânones, e por dever à decência – ou seja, para melhor mentir!), qualquer causídico toma um ar convincente (mas, acho que só convence os outros, nunca se convence a si próprio!). A grande maioria usa um fato modelo clássico – por isso optei também por um desses modelos: não só porque também um dia bati à porta da Faculdade de Direito, mas também porque respeito aqueles que defendem tudo, mesmo aqueles que querem ver condenados. Não é por nada, mas fazem-me lembrar um amigo meu, caçador, que não se cansa de repetir: “sou caçador porque adoro e respeito os animais!” (Esta, eu nunca tinha pensado, palavra d’honra!)

No que respeita ao terceiro da lista – o político -, não são necessárias apresentações. Toda a gente sabe que reúne os dotes dos dois anteriores: são vendedores de “banha da cobra”, comerciantes de verdades contrafeitas (ou mentiras tão bem fabricadas que até parecem verdades!), defensores acérrimos da aldrabice, da podridão, da mentira. São excelentes a advogar (apadrinhar e proteger) a falta de carácter, de honra, de “palavra”, de sensibilidade, de bom-senso, de justiça… (etc!) , tudo em nome de um valor supremo: o tacho!
Não há, hoje, um único que seja sério, honesto e justo, mas se alguém, porventura, conseguir provar que eu estou enganado, traga-me o único espécime “homo politicus veridicus” para eu ajudar no processo de canonização – como católico, apostólico e romano, vou a pé Roma e passo a vida de joelhos a implorar a canonização do dito cujo!

Perguntará o leitor: afinal tu vais andar de fato, para parecer qual deles?

Nenhum, caro leitor! Nenhum!
De futuro vou parecer um professor do ensino básico e secundário.
É que estes profissionais, gente séria, talentosa, honrada, culta e trabalhadora, de futuro, ou esquecem os seus princípios e passam a mentir e aldrabar como os políticos, a fazer de conta e vender ilusões, a defender aquilo em que não acreditam, a mostrar um sorriso hipócrita enquanto fazem o contrário daquilo que pensam, inventado verdades, fabricando avaliações “justas”, notas à medida da vontade política… etc, etc… ou então não têm futuro!

Professor que se preze deve usar a farda dos aldrabões, dos falsários, dos mentirosos e seus defensores - fato e gravata!
(Bem, fica pela recomendação, se não passar a obrigatório por portaria!)

P.S.: Nos últimos tempos alguns gatunos passaram também a usar fato e gravata. Fica aqui o aviso: esses não são profs.